segunda-feira, 29 de junho de 2015

Visitando o passado

Fuçando os arquivos do antigo Doida da Lua me bateu aquela nostalgia... Quando a vida era mais fácil e a gente achava que não poderia ficar "pior" do que aquilo.

Por isso, resolvi publicar aqui um texto de Lah. Mais ou menos um mês antes do passo que transformaria a minha vida no que ela é hoje.

(Ah, se eu soubesse...)





Hoje vou contar sobre o meu dia. Começando de ontem. Quer dizer... não que hoje tenha começado ontem, mas é que... Ah! vocês entenderam!


Ontem me disseram que eu estava linda e me fizeram um pedido de desculpa ao mesmo tempo. Bem, vou explicar melhor. Uma pessoa que eu já conheço há oito anos e que, nunca me disse que eu estava linda alguma vez (a não ser que eu tenha perguntado) e nunca, nunca, em tempo algum, me pediu desculpa por nada que tenha feito (mesmo sabendo que estava terrivelmente errado) colocou essas duas coisas numa mesma frase. Não que estivesse me pedindo desculpa por eu estar linda... me pedia desculpa por outra coisa, que nem era tão grave assim, mas eu achei um amor e gostei ainda mais dele. E, com certeza, só por causa disso, devem estar se formando gotas de gelo no inferno, bem agora.


Acho tão lindo essas coisas inesperadas! Principalmente vindo de uma pessoa que é especialista em me tirar do sério e me irritar o tempo todo. Por ser bruto e meio ignorante. Ai, não quero nem pensar, que só de fazer isso já me dá nos nervos.


Mesmo assim, achei adorável...


E hoje, eu tive que ir pagar meus pecados no Banco do Brasil. Se vocês não sabem, a filial do inferno fica em Teresina e tem central de ar-condicionado. Acreditem! Você paga por tudo de mau que fez em cima da terra, lá dentro daquele banco do capeta.


Pra começar, aquela marmota estava de greve. Então, os serviços que já demoram uma eternidade para serem feitos, hoje, estavam demorando DUAS eternidades. O banco só abriu ao meio dia, para fechar as portas às duas da tarde.


Eu tive a feliz ideia de levar um livro e, me distraí enquanto esperava na fila. É impressionante o fato de as pessoas escolherem passar justamente no seu lugar da fila, assim que você abre o livro. Putz! Tanto lugar pra aquele povo passar e eu tive que ficar abrindo e fechando o livro porque, tipo, pra que elas vão facilitar a minha vida, se elas podem me atormentar até a alma? Então eu descobri que, fila de banco em greve não é lugar para ler. 


Até que nos deixaram entrar na droga do banco. A fila lá em cima não estava tão grande e eu fui a terceira a ser atendida. Quem me atendeu foi o Otílio.


Olhei para o crachá de Otílio e ele ainda tinha cabelos na foto. Pelo menos na parte da frente. O que quer dizer que ele já estava naquela função há muitos anos e, isso explica o fato de ele não ter noção das coisas e ficar discutindo com o colega do lado, a greve que eles estavam fazendo. Dizendo inclusive, que os clientes não estavam reclamando e eles poderiam (os funcionários, eu quero dizer) levar aquela greve mais a sério.


- Sinceramente. Esse tal que se diz Relações Públicas desse banco deveria ser demitido, se vocês ficam tendo esse tipo de conversa na frente dos clientes!


Eu não disse isso. Eu só pensei. Mas bem que deveria ter dito...


O que demorou mesmo foi o meu pai chegar pra me buscar. E ainda desligou os DOIS celulares. Eu tinha dois meios de me comunicar com ele e não consegui nenhum. Então qual é o sentido desses telefones, pelo amor de Deus?! Eu já disse alguma vez que detesto quando as pessoas não atendem o celular? Ah, sim... eu já disse.


Eu estava justamente fazendo um favor pro meu pai, porque eu faço esse serviço de office-girl, às vezes. E não ganho nada com isso. Na verdade, essa relação dinheiro-papai-e-eu nunca foi assim, digamos, satisfatória. Pelo menos pra mim.


Eu tinha amigas que viviam num mundo surreal em que seus pais lhes davam dinheiro a cada nota 10 que elas tiravam nas provas. O meu nunca nem dizia nada e, quando fazia isso: "Não fez mais que a sua obrigação."


Papai nunca me dava dinheiro de livre e espontânea vontade e, quando eu pedia, ele sempre me perguntava pra que era. Talvez pra evitar que eu comprasse drogas ou coisa do tipo. Mas, mesmo que eu quisesse pra comprar drogas - o que não era o caso - eu poderia simplesmente dizer que ia comprar um livro e ele me daria do mesmo jeito. Papai... precisa ser mais esperto.


E hoje é o meu primeiro dia de férias, mas não totalmente, porque eu só estou de férias no meio da semana já que no sábado eu vou continuar a dar aula do mesmo jeito. Enfim... Nada é perfeito.


Vou ficar um mês inteiro sem ver Maria Theresa e ouvir ela dizer que tem mais namorados do que eu. E, só pra constar... Maria Theresa tem só 7 anos.


Bem, então é isso!!


Até a próxima!

Texto escrito para o blog Doida da Lua em 25 de Junho de 2008.

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